“Felipa e Titila: Rumo à Independência”: peça celebra a luta de mulheres por justiça

“Felipa e Titila: Rumo à Independência” é uma mistura de teatro, palhaçaria e cordel. Inspirada no livro “Dicionário da Independência” de Eduardo Bueno, essa montagem começa com a história de Maria Felipa de Oliveira, ex-escravizada, liberta, pescadora e marisqueira que, em 1823, lutou pela independência do Brasil na ilha de Itaparica, na Bahia. A partir dela, o cortejo teatral se desdobra para abraçar todas as mulheres negras, mães e guerreiras que estão nas trincheiras lutando por justiça social em um Brasil ainda marcado pelo racismo.

“Se você tira a figura da mulher preta do nosso país, o país para, pois é ela quem está na base constantemente lutando, trabalhando, cuidando de suas próprias crianças e também das crianças brancas dos patrões, então, Independência para quem?” É a pergunta motora feita pelo ator Roberto Rodrigues, integrante e idealizador do projeto Transmutante.

Dividida em três atos – chegança, batalha e festança – a história será conduzida pela personagem Felipa, que, por meio da comicidade, poesia e música, abordará as lutas dessas mulheres negras homenageando nomes importantes, como o de Marielle Franco, Conceição Evaristo, Beatriz Nascimento e Audre Lorde.

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O elenco, formado também por Sara Hana, Dani Câmara, Lucas Moreiras e Matheus Rebelo, se inspira nos artistas mambembes e recitadores de notícias para reviver a tradição dos antigos leitores de jornais. Durante o reinado de D. João VI, esses profissionais divulgavam as manchetes em praças públicas e teatros, levando informação ao povo brasileiro que, na época, era predominantemente analfabeto. Para esse resgate, os artistas buscam uma abordagem decolonial e repleta de provocações.

O projeto conta com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ 2.

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Cais do Valongo

O Cais do Valongo, que foi o principal porto de entrada de escravos africanos no Brasil e nas Américas, foi incluído na lista do patrimônio mundial da UNESCO em 1º de março de 2017. Durante os mais de três séculos em que o regime escravagista esteve em vigor no país, o Brasil recebeu cerca de quatro milhões de escravos e, pelo Cais do Valongo, na região portuária do Rio de Janeiro, passou cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.

Serviço:

“Felipa e Titila: Rumo à Independência”

Quando: 11 e 12 de fevereiro, às 17h

Onde: Cais do Valongo, Centro (ar livre)

Ingresso: gratuito

Duração: 40 minutos

Faixa etária: livre

Ficha técnica

Produção: Pagu Produções Culturais

Direção de Produção: Bárbara Galvão, Carolina Bellardi e Fernanda Pascoal

Produção executiva:  Fernando Queiroz e Juliana Soares

Assistente de Produção: Miguel Ângelo

Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues (Aquela Que Divulga)

Elenco/Criação: Sara Hana, Dani Câmara, Matheus Rebelo, Lucas Moreira e Roberto Rodrigues

Cenografia: Dodô Giovanetti

Figurino: Lize D´ELia e Carol Carvalho 

Sonorização: Quintal da Ideia


Operação de som: Antônio da Costa

Design Gráfico/Mídias Sociais/Edição de Vídeo e Fotos: Guilherme Fernandes 

Agradecimentos: Roberto Ferreira, Grajaú Country Club, Made in Brechó, Heloisa Meirelles, e Circo Dux.

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