Com o objetivo de enriquecer o vocabulário de termos matemáticos que eventualmente não existam ou não sejam difundidos na Língua Brasileira de Sinais (Libras), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizou uma oficina de verão no mês de janeiro para estudantes surdos do Ensino Médio.
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Foram selecionados 14 participantes de escolas públicas e particulares do país. Nesse período, os alunos trabalharam na resolução de problemas e desafios matemáticos, incluindo o desenvolvimento de novos sinais em Libras para nomear expressões matemáticas mais complexas. Por exemplo, atualmente, há símbolos para definir termos mais utilizados, como adição ou subtração, mas não existem sinais para demonstrar equações de segundo grau ou logaritmos.
A iniciativa “Matemática+Libras” foi uma oportunidade para expandir conhecimentos, buscar formas para facilitar a aprendizagem, fortalecer a disciplina e contribuir na inclusão. “O ensino da matemática é completamente visual. Nossa ideia é enviar esse conteúdo para as secretarias estaduais de educação do país e fazer com que mais pessoas tenham acesso, para facilitar quem ensina e quem aprende”, destacou o professor Marcelo Firer, responsável pelo projeto na Unicamp.
Outro objetivo também proposto pelos profissionais é unificar os sinais que representam nomenclaturas matemáticas de modo que haja uma padronização oficial das expressões, fato que colabora no aprendizado e na comunicação, reduzindo os problemas na educação de pessoas surdas. “O projeto foi concebido para que os alunos selecionados tenham uma vivência rica e um crescimento matemático, ao mesmo tempo que possam contribuir para o enriquecimento da comunidade surda”, afirmou ainda o professor.