Conceição Evaristo é um dos nomes que tem se destacado na literatura contemporânea brasileira. A autora nasceu na periferia de Belo Horizonte, negra e de origem pobre, mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de trabalho. No Rio de Janeiro, formou-se em Letras, e alguns anos mais tarde, fez Mestrado e Doutorado na área de Literatura. Apresenta-se como uma escritora versátil que transita entre o universo da poesia e da prosa.
Apesar de escrever desde a juventude, Evaristo só começou a publicar aos 44 anos, em 1990, numa série de antologias de Cadernos Negros da editora Quilombhoje. Seu primeiro romance, Ponciá Vicêncio, foi publicado em 2003. Posteriormente, foram publicados Becos da memória (2006), Poemas da recordação e outros movimentos (2008), Insubmissas lágrimas de mulheres (2011), Olhos d’água (2014) e Histórias de leves enganos e parecenças (2016). Suas principais temáticas, geralmente, englobam a memória, a condição do negro, em especial, da mulher negra, a luta e a resistência, o legado histórico e os reflexos da escravidão.
Em uma postagem nas suas redes sociais, Conceição Evaristo indicou 4 livros “Imperdíveis” que mudaram a sua vida. E, claro, a gente separou essas dicas pra vocês também. Confira:
Quarto de despejo: Diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus
Carolina Maria de Jesus é uma escritora mineira. Teve apenas dois anos de estudo e escreveu grandes livros. Em 1960, publicou Quarto de Despejo: Diário de uma favelada.
O diário de Carolina Maria de Jesus surgiu este autêntico exemplo de literatura-verdade, que relata o cotidiano triste e cruel de uma mulher que sobrevive como catadora de papel e faz de tudo para espantar a fome e criar seus filhos na favela do Canindé, em São Paulo. Em meio a um ambiente de extrema pobreza e desigualdade de classe, de gênero e de raça, nos deparamos com o duro dia a dia de quem não tem amanhã, mas que ainda sim resiste diante da miséria, da violência e da fome. E percebemos com tristeza que, mesmo tendo sido escrito na década de 1950, este livro jamais perdeu sua atualidade.
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Confira os 10 melhores poemas de Conceição Evaristo
A cor da ternura, de Geni Guimarães
Publicado em 1989, pela editora FTD, o conto A Cor da Ternura, em síntese, fala sobre a infância pobre e sofrida de Geni Guimarães. Geni é a penúltima de uma família de oito irmãos. Negra e pobre, logo se dá conta do peso da cor e da condição social, e aprende a conviver com ofensas e xingamentos. Ela aprende muito com sua Vó Rosária, que lhe conta as histórias do tempo da escravidão e da Princesa Isabel. Depois de muito estudo, Geni se torna professora e pode transmitir suas histórias de tolerância e respeito.
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O olho mais azul, de Toni Morrison
Considerado um dos livros mais impactantes de Toni Morrison, o primeiro romance da autora conta a história de Pecola Breedlove, uma menina negra que sonha com uma beleza diferente da sua. Negligenciada pelos adultos e maltratada por outras crianças por conta da pele muito escura e do cabelo muito crespo, ela deseja mais do que tudo ter olhos azuis como os das mulheres brancas ― e a paz que isso lhe traria. Mas, quando a vida de Pecola começa a desmoronar, ela precisa aprender a encarar seu corpo de outra forma.
Poderosa reflexão sobre raça, classe social e gênero, O olho mais azul é um livro atemporal e necessário.
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O Diário de Anne Frank, de Anne Frank
O diário de Anne Frank, o depoimento da pequena Anne, morta pelos nazistas após passar anos escondida no sótão de uma casa em Amsterdã, ainda hoje emociona leitores no mundo inteiro. Suas anotações narram os sentimentos, os medos e as pequenas alegrias de uma menina judia que, como sua família, lutou em vão para sobreviver ao Holocausto.
O diário de Anne Frank é um dos livros mais lidos do mundo. O relato tocante e impressionante das atrocidades e dos horrores cometidos contra os judeus faz deste livro um precioso documento e uma das obras mais importantes do século XX.
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