Diários de Virginia Woolf revelam seu lado político e repleto de vida

Um dos maiores nomes da literatura, Virginia Woolf mostra em seus diários seu lado político e não tão melancólica.

Virginia Woolf é, sem dúvida, um dos nomes mais importantes do Modernismo. Seus textos, marcados pelo brilhante uso do “fluxo de consciência”, revolucionaram a literatura.

Quando se trata de escritores tão importantes quanto Virginia Woolf, é sempre interessante conhecer sua obra e vida para além dos textos literários. Nesse sentido, os diários costumam ser ótimas oportunidades de entrar em contato com outras nuances artísticas.

Os diários de Virginia Woolf já haviam sido publicados no Brasil, por exemplo pela Editora Nós. Mas eles chegam, agora, por meio de uma publicação da Editora Rocco, com uma abordagem especial.

Sinopse

Expoente do Modernismo e uma das autoras de maior impacto na literatura até hoje, Virginia Woolf é uma das raras figuras históricas que demonstrou, desde a juventude, um apuro estético incomum nos seus escritos. Além dos registros cotidianos, utilizava seus diários como um espaço em que o público e o privado, o poético e o prosaico, o sublime e o humano se misturam. Nascida em 1882 na Inglaterra, autora de clássicos como Mrs. Dalloway, Orlando: uma biografia e Um teto todo seu, ela transitava com igual brilhantismo por romances, contos e ensaios. Mais do que isso, sua sensibilidade sobre questões de gênero, políticas e sociais na Inglaterra, transpassadas pela tensão da claustrofobia durante os bombardeios da Primeira Guerra e pela presença crescente do nazismo, aproxima a leitura à vivência contemporânea de forma quase profética. Costurando referências a acontecimentos históricos, a personagens célebres da intelectualidade e aos seus próprios demônios, os diários de Woolf demonstram uma personalidade única e precursora. Esta seleção, traduzida pela escritora Angélica Freitas e organizada por Flora Süssekind, vai desde a adolescência até a morte de Virginia, em 1941. Um marco inédito e uma janela à interioridade de uma mulher ímpar e ao seu talento pioneiro, cujo legado permanece vivo e cada vez mais atual.

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Os diários de Virginia Woolf, nessa seleção, abrangem um período entre 1897 e 1941. É a primeira vez em que diários de sua juventude (Virginia nasceu em 1882) são compilados em uma edição brasileira dos escritos pessoais da autora.

A relação de Virginia Woolf com seus diários

A autora começou a escrever diários muito cedo, aos 14 anos. Seus cadernos pessoais eram o espaço em que ela poderia criar e experimentar a linguagem que, depois, se tornaria sua marca registrada.

A vida de Virginia Woolf, como já foi amplamente divulgado em filmes e biografias da autora, foi marcada por intensos períodos de depressão, que culminaram em seu suicídio em 1941.

Durante a vida, a autora escreveu 38 cadernos de anotações pessoais. Esta edição, portanto, contém textos do último ano de vida de Virginia.

Para além da melancolia e do suicídio

Em uma matéria do Jornal O Globo, a organizadora dos diários, professora e especialista Flora Sussekind aponta para como o fato de Virignia Woolf ter se suicidado contamina a leitura de sua obra.

Saber que ela se suicidou contamina a leitura. A melancolia está presente, mas os diários mostram força e vigor em tudo. Ela tinha uma enorme capacidade passional de envolvimento com a vida.

Flora Sussekind para o Jornal O Globo

Em seus diários, Virginia não escrevia só sobre si, mas sobre suas leituras. Fazia anotações sobre as obras que lia, por exemplo, de James Joyce, autor que influenciou muito seu estilo de escrita, e sobre seu escritor preferido, Shakespeare. Também escreveu sobre suas disputas com Katherine Mansfield.

Leia também: 5 segredos de Virginia Woolf revelados em seus diários íntimos.

Posições políticas

O contexto da Segunda Guerra Mundial atravessou a escrita de Virginia Woolf, particularmente em seus diários. A ascenção do nazifascismo a faz refletir sobre questões como autoritarismo e patriarcalismo – elementos que aparecem em seus textos e ensaios, mas que nos diários ganham outros tons.

Os diários de Virginia Woolf são uma belíssima forma de conhecer mais sobre a autora e ler sua obra e sua vida para além daquilo que já conhecemos sobre ela.

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