14 motivos para assistir ao musical Cabaret (1972) hoje em dia!

O filme Cabaret foi um dos grandes sucessos do cinema musical. Também, ele possui uma combinação praticamente impossível de dar errado: a maravilhosa Liza Minnelli em um dos papéis da sua vida, uma comédia/drama musical sobre os cabarés na ascensão do nazismo na Berlim do começo do século XX, a direção de Bob Fosse e muito mais. Enfim, uma combinação daquelas que dificilmente um filme consegue atingir e quando o faz, demora anos para repetir.

Lançado no auge da contracultura, principalmente na cultura estado unidense, um dos braços de contestação formas tradicionais como o também clássico Hair, Cabaret coloca em cena uma série de discussões que se tornam cada vez mais contemporâneas. Entre elas estão:

– A presença de corpos dissidentes de gênero, como a das travestis e pessoas transsexuais, como exemplo, a cena em que uma mulher trans usa o banheiro masculino em postura confrontativa

– a presença de corpo fora dos padrões de beleza tradicionais, como as mulheres gordas

– a inclusão de uma série de estilos e modos de ser diversos com o uso exagerado de maquiagens e roupas extravagantes que tratam de levar as normas sociais a um extremo trazendo-nos tanto um efeito de choque quanto de reflexão

– da marginalização de determinados corpos e posturas críticas e políticas, como na figura do apresentador do cabaré que flui entre uma masculinidade e uma feminilidade, assim como usa seu espaço como manifestação política contra a militarização da vida

– uma escalada de violência de uma extrema direita como a ascensão do nazismo na década de 1930, na Alemanha

– as questões em torno da maternidade, casamento, liberdade, dos direitos sexuais e reprodutivos da, em torno, inclusive do aborto, da mulher, tanto na figura de Sally, quanto da estrangeira judia

-as desigualdade de gênero que colocam mulheres como a personagem Sally Bowles constantemente tendo de encontrar um lugar por onde pode se afirmar


Mas o filme não é importante apenas pelo que tem de contemporâneo, ele também marcou história por trazer uma série de novidades para o cinema. O NotaTerapia separou também 7 curiosidades sobre o filme. Confira:

– Na peça original da Broadway Sally Bowles era uma cantora inglesa e Brian um escritor norte-americano. No filme é precisamente o contrário. O espetáculo original estreou-se no Broadhurst Theater, em 2 de Novembro de 1966, tendo sido galardoado com o Tony para o melhor musical em 1967. Joel Grey, que já desempenhava em palco o papel de mestre-de-cerimónias foi de igual modo distinguido com o Tony de melhor ator num musical.


– Billy Wilder e Gene Kelly não aceitaram transpor “Cabaret” para o cinema


– A maquilhagem e os penteados de Sally Bowles foram da responsabilidade de Liza Minnelli, no que foi ajudada pelo pai, o director-musical Vincente Minnelli


– Os autores da canção “Tomorrow Belongs To Me”, John Kander e Fred Ebb, eram judeus. O tema, que exalta o patriotismo alemão, foi dobrada em alemão quando o filme se estreou em França. Aliás, mesmo na versão original cantada em inglês o cantor que a interpreta, Mark Lambert, recusou pintar o cabelo de louro não aparecendo nas imagens (foi um jovem figurante alemão que tomou o seu lugar)


– Alguns anos antes de filmar “Cabaret”Liza Minnelli interpretou o tema “Maybe This Time”, ao lado da sua mãe, Judy Garland, no London Palladium


– Para além do Oscar de melhor actriz principal atribuído a Liza Minnelli“Cabaret” foi galardoado com mais 7 Oscars (Direção: Bob Fosse, Ator Secundário: Joel Grey, Direção Artística e Cenários, Cinematografia, Montagem, Som e Música). Falhou apenas nas nomeações que teve para o Roteiro-adaptado e melhor filme do ano (que seria “O Poderoso Chefão”). Liza Minnelli e Joel Grey ganhariam ainda os Globos de Ouro nas respectivas categorias e o filme o Globo de Ouro para o melhor musical/comédia de 1972. Do outro lado do Atlântico chegaram também 7 BAFTAS, incluindo o do melhor filme.


– Em 2007 o American Film Institute incluiu pela primeira vez “Cabaret” na lista dos melhores filmes de sempre. Atribuiram-lhe o 63º lugar

Fonte

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