5 livros para conhecer o escritor tcheco Milan Kundera

(FILES) This picture taken in Prague on October 14, 1973 shows Czech writer Milan Kundera. Czech writer Milan Kundera in 1950 snitched on former pilot Miroslav Dvoracek who spent 14 years in communist prisons as a result, the weekly Respekt writes in its latest issue due out on October 13, 2008. Kundera, one of the best-known contemporary Czech writers and a French citizen since 1981, left former Czechoslovakia in 1975 to settle in France. (FILM) AFP PHOTO (Photo credit should read -/AFP/Getty Images)

Autor do clássico “A Insustentável Leveza do Ser” escreveu inúmeras obras relevantes, regadas de ironia e crítica

Nascido em Brno em 1929, Milan Kundera é um dos mais importantes escritores tchecos dos séculos XX e XXI. Conhecido pelo clássico “A Insustentável Leveza do Ser”, cujos personagens vivem no contexto da Primavera de Praga, em 1968, o autor escreveu uma série de obras que, assim como seu clássico, abordam de forma crítica, poética e irônica o contexto político da Tchecoslováquia, sua relação com a União Soviética, o comunismo e a força da literatura como produtora de liberdades.

A relação de Kundera com o regime comunista foi sempre tensa. Apesar de ter se filiado ao partido comunista na década de 40, logo foi expulso por “atividades antipartidárias”, tendo sido readmitido nos anos 50 para, duas décadas depois, ser novamente expulso. Em 1975, Kundera vai para a França, após ter sua cidadania revogada em razão de seus desentendimentos com o Partido Comunista. O escritor, de esquerda e envolvido em uma série de ativismos em nome da liberdade, faz da literatura esse espaço de crítica. As idas e vindas com o Partido, por exemplo, serviu de inspiração para o livro “A Brincadeira”, publicado em 1967.

Por isso, ler as obras de Kundera é um caminho para conhecer mais sobre o autor e sua trajetória com a política. Seus romances, que misturam ficção e ensaios filosóficos, são ricos e sempre giram em torno de uma importante reflexão sobre as relações humanas e a sociedade. Pensando nisso, selecionamos 5 livros do autor que valem muito a pena ser conhecidos.


Veja também nosso papo sobre o assunto:

1- A Lentidão

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Integrando diversos personagens em planos múltiplos – o próprio autor e sua mulher, um entomólogo tcheco, os personagens de uma novela libertina do século XVIII, o “dançarino” -, Kundera propõe, em A lentidão, uma discussão a um tempo profunda e prazerosa sobre a dificuldade de apreensão do real ante a velocidade da vida moderna, a memória e o esquecimento, o clima frenético de hoje e uma época em se podia retardar o movimento em favor da fruição.

2- A Identidade

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Chantal, uma bela mulher mas não tão jovem, descobre na praia um mundo que não lhe agrada: os homens lhe parecem ridículos, infantilizados, voltados só para os filhos. São todos “papais”, desprovidos de qualquer encanto erótico. Fazendo graça, ela diz a si mesma: “Vivo num mundo em que os homens já não se viram para me olhar”. Logo depois ela repetirá essa frase a seu companheiro, que será invadido por um sentimento de compaixão pela mulher amada. Jean-Marc sabe que os olhares do amante não costumam bastar a uma mulher: a confirmação de um núcleo muito profundo da intimidade feminina parece depender de homens desconhecidos. Pouco a pouco Milan Kundera levará Chantal e Jean-Marc para a fronteira invisível que separa o real e o sonho, construindo um pesadelo em que o mais assustador será perder a identidade do outro.

3- A Brincadeira

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Milan Kundera ouviu de amigos o caso de uma moça operária que fora presa por roubar flores no cemitério e com elas presentar o amante. Aos olhos dele, surgiu “uma mulher para quem o amor e a carne eram mundos separados”. Essa moça – Lucie, no romance “vivia para suas inquietações pequenas e eternas”. Seu caminho cruza-se com o de Ludvik, estudante que escreve um postal ironizando o dogmatismo comunista e é punido com anos de trabalho braçal. Depois ele tentará se vingar, num processo que dissemina perguntas: pode-se praticar a vingança quando a História anda tão rápido que um homem já não é hoje o que era ontem? Por que a revolução julga com tanta severidade as brincadeiras? Qual a relação entre desejo sexual e ódio? Seria a juventude a “estúpida idade lírica”?

4- A Imortalidade

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Um gesto – e para Kundera os gestos são imortais – inicia o romance como um traço do perfil de Agnes, a personagem feminina marcante desta história que se passa em Paris, no século 20, mas remete o leitor ao passado e ao firmamento, através de Goethe, Beethoven, Hemingway e Napoleão.

5- A Ignorância

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Namorados de adolescência, Josef e Irena passam vinte anos longe de sua terra natal, ele vivendo na Dinamarca, ela em Paris. Irena reencontra Josef por acaso no aeroporto de Paris. Os dois decidem retornar a Praga, reerguida segundo as regras capitalistas depois da queda dos regimes comunistas do Leste Europeu, em 1989. Em comum, eles têm uma história de exílio e um sentimento profundamente nostálgico em relação à paisagem tcheca. Reviver essa relação de amor significa refazer todo o percurso da separação.

*Sinopses retiradas do Skoob.

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