O poeta português Fernando Pessoa é um dos grandes nomes da literatura mundial, e um dos mais singulares também. Sua obra poética divide-se nos textos que assinou como Fernando Pessoa (ele mesmo) ou como heterônimos, que são verdadeiras personalidades literárias.
A forma e a temática para cada heterônimo são distintas e adquirem um espírito poético próprio. Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis foram os mais notáveis de vários heterônimos de Pessoa (há quem acredita que existiam até 127!).
Mas o que é uma criação artística pode também ser “decifrada” por um computador?
Para estudantes da Escola Politécnica da USP, sim.
O grupo Turing é uma agremiação de estudantes da USP que desenvolvem projetos na área da Inteligência Artificial, e que também envolve alunos de outros cursos da universidade. Numa parceria com alunos de Letras, o grupo conseguia desenvolver um classificador de poemas de Fernando Pessoa.
“Montamos um modelo que conseguia dizer se um poema é do Ricardo Reis ou do Álvaro de Campos através da análise do vocabulário, estilo e outras técnicas, por exemplo”, conta Julia Pocciotti, estudante de Letras da USP e líder da área de Processamento de Linguagem Natural do grupo.
Processamento de Linguagem Natural é uma área da Inteligência Artificial que interpreta e manipula linguagens humanas. Nessa área, foca-se em algoritmos que visam à geração, entendimento, classificação e outras tarefas computacionais envolvendo linguagens humanas naturais. Dessa forma, é como se ensinasse o computador a pensar a linguagem humana.
Para o “Classificador de poemas”, foram considerados os heterônimos mais célebres de Pessoa: Bernardo Soares, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Para mais detalhes do desenvolvimento do projeto, como a elaboração do algoritmo, acesse este artigo elaborado pelo Grupo Turing.
Fonte: Jornal USP
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