5 obras esquecidas de grandes autores da literatura mundial

OUTROS MUNDOS - Comemoracoes do aniversario de Jose Saramago e lancamento do Livro Claraboia, realizado no Teatro Sao Luis, em Lisboa. Quarta Feira 16 de Novembro de 2011. (ASF/Alexandre Pona)

Vivemos entre os homens. Ajudemos os homens.
– E que faz o senhor pra isso?
– Conserto-lhes os sapatos, já que mais nada posso fazer agora.
Claraboia,
José Saramago

Todo mundo sabe que, assim como na música, na literatura também há autores que conseguem reconhecimento através de um livro específico, um carro chefe, muitas vezes tornando esse livro o mais importante de sua carreira. Entretanto, há algumas obras igualmente boas, – ou até mais interessantes – que foram ofuscadas pelo sucesso das mais famosas. Apesar de terem ficado em segundo plano, certas obras “coadjuvantes” apresentam indelével beleza e criatividade. Por isso conhecer mais do trabalho de um autor, além de nos dar cultura sobre o mesmo, nos abre os olhos para pensar diferente da massa.

A seguir, veja cinco obras “esquecidas” de grandes autores:

1 – Mathilda, de Mary Shelley


Nem só de Frankenstein vive a memória de Shelley, com brilhantismo, ela nos apresenta sua heroína Mathilda: jovem, intensa e desesperada por amor paterno, esta protagonista luta contra um segredo obscuro de seu pai, enquanto descobre, ao mesmo tempo, seu lugar na sociedade. O manuscrito de Mathilda foi inicialmente lido pelo pai de Shelley que o julgou como incestuoso e lúgubre, fazendo com que ela desistisse da publicação do mesmo. O manuscrito ficou esquecido por quase 140 anos. Foi localizado apenas em 1959 pela crítica Elizabeth Nitchie, que finalmente o publicou.

2 – A cidade do Sol, de Khaled Hosseini


Antecessor de O Caçador de Pipas, é com grande sensibilidade que Hosseini nos envolve neste romance e nos transporta para o mundo da muçulmana Mariam, descrevendo o triste destino de uma menina sozinha no mundo que logo cedo é obrigada a casar contra sua vontade. Enquanto acompanhamos a luta diária de Mariam em ser uma esposa submissa à um marido tirano, conhecemos paralelamente outra mulher: Laila, que assim como Mariam, sofreu com as mazelas da vida tanto pelo regime de seu país quanto por ser mulher. O livro atingiu o segundo lugar na lista dos mais vendidos na Amazon.com.




3 – Joana D’arc, de Mark Twain


Que Twain arrasa todos nós sabemos, mas com Joana D’arc Twain não apenas mostra seu lado de escritor – visto em destaque por obras como Tom Sawyer e As Aventuras de Huckleberry Finn – mas como também surpreende por se mostrar um exímio historiador.
Este romance é narrado em primeira pessoa pelo personagem Louis de Conte, pagjm e secretário de Joana D’arc. E com Louis, seguimos por uma saga épica conhecendo uma mulher e guerreira extraordinária que, não apenas lutou para defender sua pátria, mas também nos mostrou que, se temos uma crença, devemos honrá-la até o fim.
Levou cerca de doze anos para Twain concluir esta biografia. Ele afirma ser esta sua obra preferida.

4 – A Claraboia, de José Saramago

Na sombra do sucesso de Ensaio sobre a Cegueira, com esta obra o mestre Saramago nos convida a conhecer o dia-a-dia dos moradores de um prédio, em uma rua humilde de Lisboa; um sapateiro e sua esposa, um caixeiro viajante e sua família, um empregado de tipografia, um empregado de um comum escritório, e uma mulher misteriosa… com uma trama bem estruturada, o autor enlaça os personagens e nos faz refletir sobre o comportamento do próximo, e de nós mesmos.
É o décimo sétimo livro de Saramago, e seu primeiro livro póstumo.

5 – Shirley, de Charlotte Brontë

Sempre enaltecendo as mulheres, neste romance Brontë não faz diferente. Nos fazendo lembrar da inesquecível Jane Eyre, em Shirley ficamos conhecendo a doce orfã Caroline Helstone (inspirada na irmã da autora, Anne) e a decidida Shirley Keelder. Duas personagens que vivem em Yorkshire, em pleno século XIX, no auge das guerras napoleônicas, tendo sua fibra e senso moral sendo testados diariamente em uma sociedade patriarcal inexorável.
Foi o segundo romance de Charlotte, publicado pela primeira vez em 1849, debaixo de severas críticas por ser uma obra feminista e de espírito à frente de seu tempo.



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