5 livros pouco (ou menos) lidos de Clarice Lispector

 

Clarice Lispector é uma das escritoras brasileiras mais lidas de todos os tempos – ou, pelo menos, uma das que mais habitam as citações de internet. Ela também aparece bastante por aqui, no NotaTerapia, pois somos fãs de carteirinha da ucraniana mais brasileira do mundo. Já escrevemos sobre curiosidades da vida da autora, discutimos porque seus livros são tão “citáveis”, publicamos resenhas e selecionamos as melhores citações de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, A Hora da Estrela, Para Não Esquecer, dentre várias outras matérias sobre Clarice.

Agora, resolvemos elencar cinco livros incríveis da autora mas que, diferentemente de Água Viva, A Paixão Segundo G. H. ou Laços de Família, costumam ser menos citados por aí – talvez porque menos lidos e mais difíceis de serem encontrados pra comprar (ainda assim, você consegue achar todos eles na internet!). Celebrando então a grande Clarice Lispector em mais uma matéria, confira abaixo algumas obras que, mesmo que nem sempre lembradas, precisam entrar pra sua lista de leituras:

1- O Lustre (1946)

Em O lustre, trafega-se, a maior parte do tempo, pelo mundo interior da protagonista, Virgínia, desde sua infância em um remoto vilarejo do interior até a vida adulta numa cidade grande e solitária. Clarice não permite ao leitor ter completo acesso ao que se passa do lado de fora — a não ser na crua e, talvez, surpreendente cena final. No universo subjetivo da escritora, a única clareza está nos sentimentos. Virgínia ama seu irmão, Daniel, sua alma gêmea, seu senhor. Virgínia ama seu amante, Vicente, a quem conhece tão pouco… A história é contada como num jogo de luzes e sombras, cada parágrafo permitindo apenas antever, de relance, a força sufocante de tanto amor.

2- A Cidade Sitiada (1949)

Lucrécia Neves vive num subúrbio em crescimento, São Geraldo, na década de 1920. O desejo de ser rica e de sair dos limites da cidade a fazem apostar no casamento com Mateus, que a leva para morar na cidade grande. No entanto, a nostalgia do subúrbio a invade de tal forma que ela retorna a São Geraldo, agora tão diferente daquela em que vivera. Viúva, ela se vê diante da possibilidade de iniciar uma relação amorosa mais verdadeira com o doutor Lucas, fato que não se concretiza. A carta da mãe chamando-a para mudar-se para a fazenda dá-lhe uma nova chance de jogar-se numa aventura amorosa e na busca de si mesma.

3- A Legião Estrangeira (1964)

Os treze contos reunidos neste livro abordam o cotidiano familiar, a perversidade infantil e a solidão. As histórias colocam os leitores diante de situações cujo maior encanto é o de flagrar a intimidade dos personagens no momento em que eles descobrem o quanto há de extraordinário no dia-a-dia. É o que se pode observar, por exemplo, no encontro da menina e do cachorro em “Tentação”; ou no diálogo entre um casal de jovens em busca de si mesmos em “A mensagem”. Outras histórias mostram como o próprio conto é construído, uma das obsessões da literatura clariceana.

4- A Imitação da Rosa (1973)

Esta obra reúne contos selecionados por Clarice Lispector em toda a sua obra publicada até agora. São histórias que a autora considera as melhores que já escreveu, num ponto de vista coincidente com o da crítica literária, que deu os maiores destaques aos trabalhos publicados neste livro.

5- Onde Estivestes de Noite (1974)


A visão de um ritual de magia negra, com a participação de peregrinos fanáticos, durante uma noite improvável. Há histórias hilariantes que traduzem com precisão a alma aflita.
[Sinopses retiradas do Skoob]
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