No banco dos réus: 6 filmes incríveis sobre o mundo dos tribunais

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Tanto na literatura quanto no cinema, as temáticas ligadas à crimes e criminosos chamam a atenção de muitas pessoas. Atualmente, por exemplo, a Netflix está exibindo o documentário Making a Murderer, que relata o caso e o julgamento de Steven Avery.

São muitos os filmes que retratam a realidade dos tribunais, nos puxando para dentro deste universo que, para muitos de nós, existe somente nas telas e nas páginas dos livros. Para outros, porém, o tribunal é real e é nele que são decididos os futuros de suas vidas. Pensando nisso, o NotaTerapia selecionou 6 filmes incríveis sobre tribunais e julgamentos que mostram com primazia como funciona o sistema judiciário e como é estar no banco dos réus. Confira:

1- Assassinato em Primeiro Grau (1995)

O filme conta a história de Henri Young, um rapaz preso por roubar U$5,00 para alimentar a irmã, que é levado para a prisão de Alcatraz. Após uma tentativa de fuga, é mantido por mais de três anos numa solitária. Assim que é colocado com outros presos, acaba assassinando outro detento que havia lhe denunciado. Um advogado novato, irmão de outro advogado famoso, é encarregado do caso e descobre, após estudo, das precárias condições em que os presos são mantidos em Alcatraz, onde sofrem torturas e diversos danos psicológicos. Para tentar provar a inocência de Henri, ele vai precisar enfrentar, inclusive o próprio réu que prefere a condenação de pena de morte do que ter de voltar para a prisão.

2- Filadélfia (1993)

Filadelfia é a história do advogado Andrew (Tom Hanks) que trabalha em uma grande empresa de advocacia e, após ser promovido, revela sem querer uma lesão no rosto, para um dos sócios da firma. Pouco tempo depois, um relatório para um grande caso de Andrew some e ele, já doente da AIDS, é demitido por negligência. Ao farejar que sofria de preconceito, procura um advogado, Joe Miller (Denzel Washington), um negro homofóbico que resolve cuidar de seu caso e, aos poucos, vai desfazendo toda imagem que tinha dos homossexuais. Filadélfia, já em 93, enquanto se ainda morria muito de AIDS, expôs violentamente todo o quadro em que os contaminados deviam enfrentar. O filme mostra uma vitória ímpar, que mesmo que termine não tão bem, com a morte, é uma história de vencedores, que ganham o direito de existir e dizer com orgulho aquilo que são.

3- O Julgamento em Nuremberg (1961)

Três anos após o fim da segunda guerra mundial, um juiz americano recém aposentado é enviado para a cidade de Nuremberg para presidir o julgamento de quatro juristas do governo nazista de Hitler, entre eles um Ministro. Durante longos e longos meses, são ouvidas testemunhas de acusação e de defesa, enquanto que os réus, permanecem sem demonstrar nenhuma culpa sequer. Até que um deles, resolve falar. Trata-se de um filme clássico, de qualidade ímpar, que nos coloca diante da tentativa de toda humanidade em, por um lado, deixar para trás tudo que aconteceu durante a guerra e perdoar o povo alemão que, embora cúmplice, não era culpado das atrocidades cometidas pelo nacional-socialismo e, por outro, num esforço de tentar redimir muitos dos crimes cometidos. Em meio a isso, uma guerra fria que se intensifica e promete colocar mais questões para confundir a mente daqueles envolvidos no caso.

4- As Duas Faces de Um Crime (1996)

As Duas Faces de um Crime, apesar do título, apresenta mais faces do que se pode imaginar. Mais uma vez, o filme trata de um jovem delinquente, tema que parece estar entre os preferidos do cinema hollywoodiano. Desta vez, o jovem Aaron se envolve no assassinato de um arcebispo da igreja local, no entanto, alega não se lembrar de ter cometido o crime. Seu advogado, o experiente e fã das câmeras e do sucesso, interpretado pro Richard Gere, é o único que acredita em tal versão, mas por apresentar uma personalidade um tanto quanto expansiva, deixa-nos a dúvida de se é apenas marketing ou ele realmente acredita e Aaron. O ponto alto do filme está na quantidade de vezes que o caso muda de lado: na maior parte do tempo, o rapaz é inocente, mas sendo considerado culpado, em outras, está prestes a ser inocentado. E assim será As Duas Faces de um Crime até o fim, com viradas até quando já não se espera mais. O ponto fraco é, talvez, a interpretação de Richard Gere, muito galanteadora, cheia de caras e boas e nem tanta credibilidades assim.

5- O Homem que Fazia Chover (1997)

O Homem que Fazia chover merece ser visto por ser uma obra de, nada mais nada menos, que Francis Ford Coppola, baseada no livro de John Grisham. Ele conta a história de um jovem advogado, interpretado por Matt Damon, que aceita o caso de uma pobre família que tem o tratamento do filho negado por uma empresa de seguros. Assim, o rapaz com leucemia definha lentamente enquanto corre o processo. O mais interessante do filme está no fato deste ser o primeiro caso do novo advogado enquanto que aqueles que defendem a seguradora, são muitos, experimentes, articulado e bom boas conexões. Seguindo a trilha das obras de Grisham – direitos e homens com muito dinheiro – Coppola faz mais um grande filme sobre o mundo da lei e seu submundo.

6- Doze Homens e uma Sentença (1957)


Neste filme de Sidney Lumet, doze homens compõe um júri de um caso de parricídio, no qual um filho mata seu pai. Onze jurados estão convictos de que o jovem cometeu o crime. Um deles, entretanto, não está tão certo de sua culpa. Ele, então, inicia uma série de reflexões junto a seus colegas jurados, ponderando a respeito da presunção de inocência e fazendo uma análise das provas descritas durante o julgamento. Ele não diz que o jovem é inocente, mas sim que é necessário ponderar com mais cuidado as provas para tomar uma decisão realmente justa. Na sala do júri, então, são expostas as dificuldades, as fraquezas, os limites e as possibilidades de cada um dos jurados, fazendo do filme um instrumento essencial para pensar sobre os problemas do sistema judiciário e sobre a ética.

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