O livro Selvagem, que chega às livrarias pela editora Cobogó, explora a experiência da infância para aqueles que não se encaixam em padrões de gênero. A partir de sua vivência pessoal, que adquire dimensão coletiva, o dramaturgo, ator e diretor Felipe Haiut conduz o leitor por seu processo artístico de reconciliação com a própria infância e com os pais. Ao atravessar as dores e as delícias de ser uma “criança viada” que cresceu com as músicas, novelas e programas de auditório dos anos 1990, a narrativa aborda questões delicadas com grande leveza e humor. O resultado é um convite à reflexão sobre a importância da empatia e de que as pessoas possam ser compreendidas e amadas por quem realmente são, em sua natureza selvagem.
Selvagem já circulou em teatros do Rio de Janeiro, como o Centro Cultural Sergio Porto, o Teatro Rival e o Teatro Café Pequeno, no quadro do Festival Midrash de Teatro, e foi apresentada em Berlim, Lisboa e Nova York. A peça está sendo adaptada para o cinema e terá direção de Débora Lamm e Tomás Portella, com roteiro do próprio Haiut.
Trechos
“Não foi fácil ser uma criança viada nos anos 90. Até hoje, não é fácil ser uma criança viada. A gente é chamado de viado, sem fazer a menor ideia do que isso significa. O que é ser viado aos 4 anos? Eu vivia num limbo. De um lado os meninos me diziam que eu não era homem. De outro, os adultos me diziam que eu precisava ser homem. Mas o que é ser homem então?”
“Eu ouvi muito que eu não gostava de mulher. Essa frase é um clássico. Mas eu nunca consegui entender direito. Logo eu, eu pensava. Tudo que eu mais queria era estar perto das meninas, mas a Dra. Maria José não deixava. Como que eu não gostava de mulher?”
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Sobre o autor
Felipe Haiut nasceu em 1987, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Ator, diretor criativo e dramaturgo, formou-se em Cinema pela PUC-Rio. É idealizador da Conexão do Bem, um movimento cultural que leva arte aos hospitais públicos do Rio de Janeiro. Ao longo de sua trajetória trabalhou em diversas produções audiovisuais, como a novela Bom Sucesso (2019-2020), a série Impuros (2022-2023), e filmes como Aumenta que é Rock’n Roll (2024), Malu (2024), Minha mãe é uma peça (2016), entre outros. Assinou o roteiro e produziu o filme A Cozinha, no Globoplay, que participou de festivais de cinema no Rio, São Paulo e Uruguai. É também autor de A garagem, dramaturgia publicada pela editora Cobogó em 2018. Felipe é idealizador do Manada, um núcleo criativo para artistas queer, trans e a comunidade LGBTQIAPN+, inspirado em Selvagem, que busca criar memória coletiva e oferecer um espaço seguro para experimentação artística.
Sobre a coleção
A Coleção Dramaturgia publica, desde 2012, textos de dramaturgos da cena teatral brasileira e internacional. Os livros colaboram com o debate e a construção da memória do teatro do nosso tempo, marcando um novo registro do cenário da dramaturgia contemporânea. Em 2015, a Cobogó lançou ainda a Coleção Dramaturgia Espanhola, mais tarde a Coleção Dramaturgia Francesa (2019) e a Coleção Dramaturgia Holandesa (2022). A Coleção Dramaturgia possui mais de 100 títulos publicados, diversas peças premiadas, de mais de 70 importantes autores teatrais.
Ficha Técnica:
Título: Selvagem
Autor: Felipe Haiut
Número de páginas: 64 pp
Capa: Paula Cosentino
Encadernação: Brochura
Formato: 13 x 19 cm
ISBN: 978-65-5691-152-6
Preço: R$ 52,00
Editora: Cobogó