Do que fala “De onde eles vêm”, novo livro de Jeferson Tenório, autor de “O Avesso da Pele”?

Após episódios de censura e duzentas mil cópias vendidas de O avesso da pele, este é o novo romance de Jeferson Tenório, o autor vencedor do prêmio Jabuti. Com a lei de cotas raciais como tema, uma história sobre preconceito e luta, exclusão e sonho

De onde eles vêm tem como pano de fundo o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. Na história, que se passa em Porto Alegre, por volta dos anos 2000, acompanhamos o despertar racial do narrador, Joaquim, em meio a um ambiente hostil.

Órfão, tendo que cuidar da avó doente, desempregado e sem dinheiro, Joaquim busca a todo custo manter seu amor pelos livros e pela literatura. Romance de formação de um leitor, este é o retrato de uma jornada feita de obstáculos num momento em que políticas para amenizar desigualdades eram vistas como problema, não como possibilidade de solução.

Leia também: 8 livros que mudaram a vida de Jeferson Tenório

Confira um trecho do livro:

“Era ali o início do meu poema? De onde vêm as palavras? De onde vêm os versos? De onde eles vêm? Talvez viessem de todos os lugares. De todas as partes do meu corpo. De todo o barulho ao redor. De todas as vozes que li. Do coração silencioso de minha mãe. Da sujeira e da degradação do mundo. Então percebi que o poema é arbitrário. Não nasce nem morre. Não tem lógica nem função. Trata-se apenas de fluxos.”
 

O que estão falando sobre a obra?

“Imensa admiração pela obra de Tenório.”
Chico Buarque

“Romance fundamental para entender o Brasil contemporâneo e, sobretudo, para a compreensão do que é ser negro neste desenho de nação.”
Eliana Alves Cruz

“Numa prosa enxuta e despojada, ao jeito de confidência, Jeferson Tenório entrecruza vidas de gente marcada pela pobreza, pelo preconceito e pela exclusão.”
Mia Couto

Compre aqui!

Related posts

Romance “CAVALA,” de Mariana Higa, explora infância e aborto em narrativa com Clarice Lispector

“Ariano Suassuna: no teatro da vida”: livro celebra a vida e a obra de Ariano Suassuna nos 10 anos de sua morte

“sob minhas águas”: poesia para naufragar e ser resgatada, de Michele Magalhães