“A noiva e outros contos políticos”: livro de Cleber Toledo traz reflexão sobre práticas políticas

O jornalista e escritor Cleber Toledo, diretor executivo da Coluna do CT, traz ao mundo seu livro “A noiva e outros contos políticos”, publicado pela Editora Veloso. Com esta obra, o jornalista continua a retomada de seu trabalho literário que começou em 2015, após 20 anos do lançamento de seus primeiros textos, com o livreto “Contos que te conto” (1995). “Ingressei no jornalismo com a intenção de ser escritor, mas acabei deixando a literatura em stand by por duas décadas”, afirmou.

Para a construção de “A noiva e outros contos políticos” foram oito anos de trabalho para lapidar o estilo, dos quais cinco anos somente nesses 20 textos que compõem a obra, nos quais o autor busca refletir sobre a relação política nas mais diversas situações.

Quem mergulhar em seu novo livro vai encontrar uma reflexão sobre a prática política em diversos contextos e situações.

“Tenho dito que não é uma apologia da não-política, que nos jogou no buraco dos últimos quatro anos, mas antes uma reflexão sobre a prática política mais tradicional, marcada pelo clientelismo, pelo patrimonialismo, a política simplesmente, como muitas vezes ocorre, como mero negócio de ambos os lados, do eleitor e do político”, explicou Toledo.

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Para ele, há outro caminho possível para uma política que possa contribuir para o desenvolvimento humano e social, em que a cidadania, o interesse público e a redução das desigualdades sejam o foco.

No prefácio do livro, o professor Pedro Albeirice da Rocha, doutor em literatura e professor do campus de Araguaína da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), avalia que o trabalho de Toledo como jornalista o credenciou “a ser uma referência no colunismo de nosso Estado”. “O que eu não sabia (descobri não faz muito tempo) é que ele é um narrador de mão cheia”, surpreende-se o especialista.

“Tenho, há cerca de três anos, o privilégio de ler e opinar sobre o trabalho de ficção curta de Cleber Toledo e, a cada conto, vou tecendo dentro de mim a certeza de que estamos diante de um conhecedor da arte de narrar.”

Saiba mais sobre o livro aqui!

Sobre o autor

Jornalista desde 1992, Cleber Toledo é formado em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), de Presidente Prudente (SP), onde também lecionou. Já atuou em jornais do Paraná, São Paulo e Tocantins, exercendo as principais funções. No Tocantins, foi professor do curso de Publicidade e Propaganda das faculdades Objetivo. De 2003 a 2005 lecionou no Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra), nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda.

Em 12 de março de 2005, criou o blog Clebertoledo.com.br, que originou a atual Coluna do CT. No dia 16 de dezembro de 2009, Cleber Toledo recebeu, da Assembleia Legislativa, o título de Cidadão Tocantinense; no dia 10 de setembro de 2010, a medalha Pedro Ludovico Teixeira, a mais alta comenda da Assembleia Legislativa de Goiás; e, no dia 26 de abril de 2019, o título de Cidadão Gurupiense, concedido pela Câmara de Gurupi.

É autor de “Contos que te conto” (1995) e “2018 – crise fiscal, política e 3 eleições” (Editora Veloso, 2020), lançado em novembro de 2020. Ainda participou com contos do “Anuário de Escritores e Poetas do Tocantins (Editora Veloso, 2021 e 2022).

Leia um trecho:

“Olhares curiosos, pensamentos profusos, sussurros impróprios, risos maliciosos e acenos servis e refolhados. Em meio à tormenta, deslizou num pisar vagaroso e silente sobre o carpete azul-anil. Interrompeu o andar e cumprimentou, num crispar nervoso da mão e olhar fuzilante, o secretário de Estado que ouviu claramente dizer ‘sempre querendo parecer mais importante’. Deu um abraço melífluo na prefeita interiorana que aproveitou sua aproximação e agradeceu a emenda parlamentar para a creche que a cidade tanto clamava.

Atravessou o corredor em busca do ex-prefeito camuflado atrás das cabeças. Sumido desde a traição da última campanha eleitoral. Saudou o sorridente assessor de prefeitura na primeira cadeira, lançou um meigo olhar para o encorpado advogado ao lado e puxou num terno abraço o assustado infiel, que, sem reação, tremeu ao cicio: ‘Nos reencontraremos por aí’”.

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