Os 6 melhores poemas de Charles Bernstein

Você conhece os melhores poemas de Charles Berstein? Charles Bernstein nasceu na cidade de Nova York. É autor de inúmeros livros de poesia, ensaios-poemas e libretos, entre eles ParsingShadeControlling interestsA Poetics. Com Bruce Andrews, editou a revista L=A=N=G=U=A=G=E, que foi transformada em antologia, intitulada The L=A=N=G=U=A=G=E book (1984). É editor e co-fundador de The Electronic Poetry Center (http://epc.buffalo.edu) e co-editor, com Al Filreis, do programa pennsound. Ao lado de Régis Bonvicino, também é co-editor da revista Sibila.

O NotaTerapia separou os melhores poemas de Charles Bernstein. Confira:

O que faz um poema ser um poema? – Charles Bernstein

[Minha leitura se chama 
O que faz um poema ser um poema? 
e vou ligar o cronômetro]

Não é a rima das palavras no fim da linha
Não é a forma
Não é a estrutura
Não é a solidão
Não é o espaço
Não é o céu
Não é o amor
Não é a luminosidade
Não é o sentimento
Não é a metrificação
Não é a época
Não é a intencionalidade
Não é o desejo
Não é a temperatura
Não é a esperança
Não é o assunto escolhido
Não é a morte
Não é o nascimento
Não é a paisagem
Não é a relação de palavras
Não é o que há entre as palavras
Não é o cronômetro
Não é o… 
É o tempo

Quimera


Estava escurecendo e eu a encontrei quieta
De repente eu fui capaz de pegá-la
ela se rebelou e gritou em desespero
mas eu era um jovem cabeça-dura.
Eu dei uma colher, então eu a peguei na minha mão
para que ela nunca mais se machuque
Eu rapidamente tive que deixá-la ir
Não deve ser minha ou mantê-la.
Eu coleciono cordas desde aquele dia
para amarrá-las e colá-las em rimas
Eu assumi, as músicas nunca empatam
são sombras brilhantes lançadas ao seu destino.

A Aventura Fantástica de Gertrude e Ludwig
         para Gabriele Mintz

Enquanto Billy sobe os balões todos
Ficam ilhados no outro lado da
Paisagem lunar. Partiu-se o módulo —
Parece que faz uma eternidade, mas quem
É que conta — e a Sally entrou pra igreja do Moon,
Notória inovação — já basta se se saboareia
uma xícara de Chase & Sabão — mas
Se as cordas do violão partiram sempre
Dá pra usá-lo de mesa de centro.
Fazia frio em Viena nessa época do ano.
Tão doce a sachertorte só que a lembrança
ardia no cólon. Se desengripe, desengripe, antes
Que a Gripe te pegue. Feliz por ver o jogo da pena
Na tinta — lançador do jogo de copos que jorra antes
De jogar a Bola, sem ter nunca em vista quem pegue.
Nunca quem pegue, por vezes pegadas ou
Fungadas ou pagodes ou uma colherada — nunca quem
Pegue mas demais de intriga, até nos vermos
Neste lado da cantiga.

Marmita do cão
         para Olivier Cadiot

viste a minha marmita do cão aí?
perdoe insistir, perdoe insistir
viste o meu cordão de esmeralda?
perdoe me exibir, perdoe me exibir

tomei a ceia na vila
almoço na cabana
se você não me devolver minha
dentadura
vou babar como um

homem que já teve prata
homem que já teve ouro
homem que já teve tudo
menos uma canção só sua

então viste minha égua com sono
meu pônei à espreita, o jegue em mormaço
viste como eu me feri?
perdoe explodir, perdoe explodir
viste o meu tambor rompido?
perdoe por rir, perdoe por rir

a tampa do vaso está abaixada
é lá que eu penso em sentar
até achar a marmita do cão
que perdi quando menino

Veja também: Os 10 melhores poemas de Octavio Paz

EM UM MUNDO OCUPADO COMO ESSE


Não muito tempo atrás, ou talvez eu tenha sonhado
ou eu inventei, ou de repente eu perdi
a trilha para o trem em abracadabra
de dias que desaparecem; não, se eu dobrar
Está ao virar da esquina, eu chego a isso
de três lados ao mesmo tempo, ou boto
a bola contra todos os videntes
sonolento – bem, você pode ver
seus próprios olhos, que não há nada sob
minha manga, ou observe como até as rochas
Elas quebram sob pressão. quanto mais você anda
em uma direção, muito mais longe
você terá que seguir antes do retorno
ele se torna inteiramente indivisível

Esta linha


Esta linha é despojada de emoção.
Esta linha é apenas uma
ilustração de uma teoria
Europeia. Esta linha carece
de tema. Está linha
não se refere
em vez de seu contexto
Esta linha. Esta linha trata
apenas sobre ela mesma.
Esta linha não tem significado:
Suas palavras são imaginárias
sons inaudíveis. Está linha
Ela não se importa consigo mesma ou
ninguém mais – é indiferente,
impessoal, frio, repelente.
Esta linha é elitista, e exige,
para entendê-lo, anos de estudo
em bibliotecas apertadas, debruçado sobre
tratados esotéricos sobre
temas impronunciáveis.
Esta linha rejeita a realidade.

Fonte:
http://lepaysnestpaslacarte.blogspot.com/2012/08/o-que-faz-um-poema-ser-um-poema-charles.html
https://escamandro.wordpress.com/2015/01/29/dois-poemas-de-charles-bernstein/
https://e-galaxia.com.br/product-author/charles-bernstein/
https://www.isliada.org/poetas/charles-bernstein/

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