Nova Bienal de SP é inaugurada com reflexões sobre sobrevivência em meio ao obscurantismo

Vistas para kit de imprensa da 34a Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

 “Faz escuro mas eu canto / porque a manhã vai chegar” é o mote da Nova Bienal de SP

A Bienal de São Paulo está de volta na sua 34ª edição que acontece no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul paulistana. Dessa vez o mote é “Faz escuro mas eu canto / porque a manhã vai chegar“, um verso do amazonense Thiago de Mello que em Madrugada Camponesa abordou a vida dos trabalhadores que viviam em ocupações no campo.

Diante do momento obscuro que vive a política e a cultura brasileira, o lema parece mais atual que nunca. A bienal, na verdade, foi pensada entre 2018 e 2019 e deveria ter acontecido ano passado, mas foi adiada por conta da pandemia do Covid-19. Acontece que, a cada dia que passa, a frase parece ganhar mais sentido. Isto quem afirma somos nós, mas também o curador da mostra:

“Um dos efeitos mais perversos do coronavírus foi o agravamento de outras contradições e violências que já estavam em curso antes mesmo da pandemia chegar”, diz Paulo Miyada, braço-direito do italiano Jacopo Crivelli Visconti, que comanda a edição deste ano. 

Segundo matéria da Veja, é possível ver nos três andares, a reunião de obras de 91 artistas de 39 países. Antonio Dias (1944-2018), Carmela Gross, Lygia Pape (1927-2004) e Lasar Segall (1889-1957) dividem espaço com talentos do Brasil atual, como a ativista do movimento negro Musa Michelle Mattiuzzi e Paulo Nazareth, com sua performance Vento.

O meteorito de Santa Luzia, em enunciado da 34ª Bienal de São Paulo Levi Fanan/Fundação Bienal de São Paulo/.

Além de pautas identitárias, os brasileiros também vão pensar sobre os anos de chumbo, os terríveis anos da ditadura militar. Um painel contendo um enunciado de Hélio Oiticica (1937-1980) reflete sobre a naturalização da morte, de quando descobriu o assassinato de colegas nos anos de chumbo.

Tudo pensado para atrair um público carente de arte, cultura e que vai resistir até o fim contra o obscurantismo dos tempos atuais. Não é mesmo?

Quer ver a programação completa? Confira aqui!

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