5 motivos para assistir ‘Lupin’, série da Netflix baseada nos livros de Maurice Leblanc

A série Lupin (2021-) acaba de ser lançada pela Netflix e de ser o título mais assistido na sua semana de estreia no Brasil. A série francesa se inspira nas histórias do clássico personagem Arsène Lupin, o “ladrão de casaca”, que se popularizou no começo do século XX nas mãos de Maurice Leblanc.

Na série de 2021, não é só de tradição que a narrativa se alimenta: a história mesmo é de Assane Diop, um imigrante senegalês que ensaia um roubo do colar de Maria Antonieta, que está no Museu do Louvre. Para isso, seus passos se inspiram nas histórias (e na personalidade) do cavalheiro criminoso de Leblanc, que roubava de ricos sem caráter.

E isso não é alealório. Diop tem em Arsène Lupin uma conexão com o pai, que foi preso injustamente por roubo, e tenta legar esse carinho pelo personagem para o próprio filho.

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Antes de tudo: o protagonismo de Omar Sy

Omar Sy é um dos atores franceses mais famosos dos últimos tempos, se notabilizando por protagonizar, ao lado de François Cluzet, o popular Os Intocáveis (2011), com o qual ganhou o César (o Oscar da França). Nesse e por outros filmes de seu país, mostrou um conforto especial em conciliar a comédia e o drama na sua atuação, e em Lupin não seria diferentes.

Na série da Netflix, Sy confere ao personagem de Diop o seu próprio carisma, que casa perfeitamente com a personalidade persuasiva e elegante de Arsène Lupin. Assim como Lupin, Diop é um mestre dos disfarces, o que torna a atuação de Omar Sy ainda mais recheada de camadas.

A produção da série tem nomes conhecidos da trama policial

A produtora responsável por Lupin é responsável por séries emblemáticas no mistério e na trama policial, como Narcos (2015-2017) e Hannibal (2013-2015). Na criação, temos George Kay, a cabeça por trás da série policial antológica Criminal, também da Netflix, e roteirista de Killing Eve. E na direção, Marcela Said (Narcos: México), Louis Leterrier (Truque de Mestre) e Ludovic Bernard (Lucy) dividem os créditos.

O ladrão de casaca, monóculo e cartola é um clássico da literatura francesa

Robin Hood encontra La Casa de Papel

O Arsène Lupin de Maurice Leblanc é um cavalheiro de cartola e monóculo que em plena Belle Époque comete crimes segundo sua própria filosofia. É um Robin Hood do século XX, que rouba de burgueses de mal caráter, e que tem uma verve anárquica. O anti-herói de Leblanc inclusive antagonizou com um detetive de nome familiar, Herlock Sholmes. Além disso, o mote da história também se aproxima de produções atuais como La Casa de Papel, o que gerou uma comparação entre Diop e o Professor da série espanhola.

O racismo é um ponto-cego de que Diop se aproveita

O que talvez não pudesse ser um tema central nas histórias originais de Arsène Lupin, se torna essencial na empreitada de Assane Diop para vingar seu pai: o reconhecimento do racismo estrutural. O pai de Diop trabalhava para a família Pellegrini, que o acusou injustamente de roubar o colar de Maria Antonieta (o qual, mais tarde, Assane pretende roubar no Louvre).

O racismo que motivou a prisão de seu pai e, mais tarde, sua morte na cadeia, se torna precisamente o que Diop aproveita para passar despercebido nos seus planos. Inspirando-se em Lupin, o personagem querido de seu pai, o protagonista inventa disfarces de pessoas trabalhadoras que se infiltram nas defesas da classe alta.

E por último, mas não menos importante: é um prato cheio para os fãs de Arsène Lupin

Arsène Lupin é um dos clássicos da literatura francesa e das histórias policiais como um todo. Isso se deve, pelo menos em parte, à engenhosidade do personagem protagonista que é, afinal, um vilão que traz o leitor para o seu lado. A sua habilidade disfarce, dentre outras qualidades, são mais do que aproveitadas pelo personagem de Diop na série da Netflix.

LEIA: O Ladrão de Casaca, de Maurice Leblanc, a obra que inspirou a série Lupin da Netflix

Como um personagem lendário para os franceses, Lupin também é conhecido pelos investigadores que precisam rastrear os passos de Diop, o que envolve os personagens numa trama policial e literária. Com isso, a história de Assane torna-se uma releitura muito contemporânea e, ao mesmo tempo, saudosa com o ladrão de casaca.

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